Quem és é onde estás

Já tenho escrito várias vezes sobre este tema.

A questão é que somos substancialmente e culturalmente cegos à influência primordial dos lugares no núcleo do nosso ser. Estamos sempre em algum lugar, por mais distrações, adições, vícios, crenças ou paredes que nos separem e aprisionem, distraindo-nos desta relação nativa.

Somos essencialmente seres sistémicos, sendo co-criadores simbióticos de lugares, na sua diversidade e singularidade.

Somos observadores e participantes activos desta mística poesia de sons, cheiros, cores, texturas, temperaturas e sensações multidimensionais que nos envolvem constantemente desde que nascemos até que morremos. Criamo-nos ao re-criarmos e regenerarmos os nossos lugares. Crescemos. Tornamo-nos mais presentes e conectados. Acordamos para a sacralidade imanente da realidade.

 

Como nos podemos criar dentro de uma visão cultural de destruição sistemática da natureza?
Como equilibramos as nossas angústias, medos tristezas perante a constante ilusão de solidão individual?
Mudemos de percepção, levantemos o véu, tornemo-nos corajosamente e responsavelmente presentes.